terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Acoberta

É na madrugada que verdadeiramente se sente. 
A luz do dia, que torna tudo tão perceptível e julgável, se foi. 
O pudor, e não só ele, também o falso moralismo, se foi. 
" - Sai da janela, Dona Aurélia! Cuida do teu feijão."
Se foram os que apontam, os que dispensam a todos seus preconceitos e impõem suas opiniões. 
O silêncio não julga, acoberta, por baixo das cobertas, os amantes. 
Que são reais, são passionais. 
Instintivos seres humanos. 
Na madrugada, não se ousa dissimular. 
Ou se é ou não. 

O silêncio à coerção. 

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