Ensaiou falar por si, mas lhe compraram os pensamentos.
Esboçou autonomia, com todo seu alento.
Riram-se todos.
Opôs-se ao autoritarismo, mas lhe compraram o voto.
Prometeram pôr as contas do município em dia, mas abusaram de notas frias.
Quando deu por si, repetia, fervorosamente, hinos políticos.
E, mecanicamente, depositava na urna resignação.
Qual não foi o seu intento!
Zé povinho bem sabia o que queria, era educação, saúde, lazer.
Mas uma dentadura lhe satisfazia por hora...
Riram-se todos? Pois que ria também!
Sorrir durante mais quatro anos de sofrimento era o que, então, lhe restava.
Próxima eleição, ganharia tijolos.
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